Qual o perfil de um verdadeiro radioamador?

Publicado: 19/03/2016 por Airam - PU8ASR / PX8C1730 / PP8004SWL em Denúncias
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Olá novamente amigos radioamadores, operadores da faixa do cidadão e simpatizantes das comunicações por radiofrequência. Gostaria e postar novos tópicos pelo menos a cada 2 meses, mas as obrigações pessoais me impedem de fazê-lo. De modo que já há um bom tempo que não compartilho conteúdo com vocês, mas hoje eu resolvi mudar isso.

Infelizmente, o assunto que venho retratar nesse post não será bem visto. Felizmente, há apenas uma pequena parcela da classe que são sensíveis demais a qualquer crítica.

Começo afirmando que radioamador não é status, não é condição social tampouco financeira.

Eu poderia aqui, simplesmente dizer que ser radioamador é ser “XXXXXXX”. Mas aprendi que é muito mais do que isso.

A legislação atual diz que “O Radioamador é o serviço de telecomunicações de interesse restrito, destinado ao treinamento próprio, intercomunicação e investigações técnicas, levadas a efeito por amadores, devidamente autorizados, interessados na radiotécnica unicamente a título pessoal e que não visem qualquer objetivo pecuniário ou comercial.”

Esta informação pode ser visualizada no rodapé do nosso site, bem como informações sobre o rádio do cidadão.

Quero chamar sua atenção, para um trecho específico desta informação: “investigações”.

O dicionário diz que investigar significa seguir vestígios, proceder a diligências, empenhar-se em descobrir. É sinônimo de estudar, examinar, explorar, analisar, averiguar, indagar… Veja você mesmo(a)

Portanto, o radioamador é um ser investigativo, movido pela curiosidade.

Sabia que o telefone celular que você utiliza hoje é uma evolução do rádio criado originalmente por um padre chamado Landell de Moura? E que mais tarde foram criados os repetidores cuja ideia e tecnologia serviram de base para as torres de telefonia celular? Bem, há mais coisas, mas a grosso modo foi assim…

Todos estes feitos são produto dos esforços de muitos “investigadores” que dedicaram seu tempo e motivação apenas para satisfazer sua curiosidade ou ver sua pesquisa gerar um resultado é o que está na norma: “unicamente a título pessoal e que não visem qualquer objetivo pecuniário ou comercial”, embora suas criações atualmente sejam exploradas comercialmente como no exemplo do próprio celular.

Mas voltando ao assunto para o qual quero chamar sua atenção, é que por essa motivação e esforço, uma ideia deu lugar a um produto/serviço que atende todo o mundo e nesse contexto empregamos uma máxima do radioamadorismo que diz: “Quem não vive para servir, não serve para viver!“. Ou seja, todo o esforço, qualquer que seja, tem que estar vinculado ao propósito de servir ao próximo, à comunidade, à sociedade. Do contrário, não há valor substancial agregado.

Quem não vive para servir, não serve para viver!

E aqui começo a minha crítica, que desde já enfatizo que o objetivo é unicamente tirar esta máscara que existe sobre o radioamadorismo e fazer com que todos se conscientizem de que este maravilhoso hobby científico está respirando com a ajuda de aparelhos e precisamos tirá-lo da UTI.

Há poucos radioamadores que realmente levam a cabo suas experiências e compartilham suas descobertas de forma documental. E há ainda os que realizam experiências mas são tão pobres de espírito que não disseminam suas descobertas, pois temem serem “roubados” ou simplesmente porque querem estar em evidência. E quem perde com isso é o hobby, que anda a passos curtíssimos, o que é totalmente contraditório para qualquer coisa que esteja envolvida com tecnologia. Atualmente há tantas formas de se divulgar conteúdo, preservando ou fazendo-se manter a origem, o autor.

Pesquise sobre GNU, Lei de Propriedade Intelectual, Licença Comercial. Você perceberá que há muitas formas de se proteger aquilo que muitas vezes se encontra no “Estado da Arte“!

Há um ditado popular que diz que devemos nos olhar no espelho, antes de olhar para os outros.

Eu olho para os Estados Unidos e vejo muitos colegas divulgando suas experiências, sugerindo melhorias nos projetos uns dos outros, pedindo ajuda em seus projetos, dentre outras coisas que são próprias de um verdadeiro radioamador, apesar de ocorrerem casos isolados de desentendimentos, no entanto o que se sobressai é esta participação sadia.

Eu olho para o Brasil e vejo um cenário totalmente diferente (claro que estou generalizando). Aqui as coisas andam devagar, é uma ciumeira sem precedentes. Quando projetos são divulgados, nunca atendem 80% da expectativa porque existem grupos, onde uns não vão com a cara dos outros e o cúmulo do absurdo acontece quando além de não aderirem ao chamado de participação, ainda empregam esforços para desacreditar o projeto alheio e fazer com que outros não participem.

O Radioamadorismo anda ridículo, é uma cultura pobre e que está refletida nas manifestações contra o governo Dilma/Lula por todo o país.

Quem estuda a legislação sabe que no radioamadorismo existem diversas modalidades de comunicações e que não é ético fazer críticas quanto a modalidade A ou B. Até porque há momentos em que por exemplo, a propagação das ondas eletromagnéticas no éter não permite a comunicação por fonia em SSB, no entanto ainda é possível comunicar-se utilizando o Código Morse.

Com o avanço da tecnologia e em especial da Internet, a figura do radioamador muda no cenário mundial. Não é mais aquela pessoa com olheiras por passar a madrugada acordado esperando a abertura da propagação para falar com outro radioamador no outro lado do mundo sobre um projeto, na época em que não havia internet.

o_radioamador

É uma época bastante parecida com a do início da internet, quando os usuários ficavam de madrugada acordados para usar internet pela linha telefônica pagando apenas um pulso. Você viveu esta época?! Eu sim!

Nós temos que nos esforçar, a vida é um processo evolutivo constante. Nós brasileiros temos potencial criativo, no entanto estamos acomodados e depois tem gente que reclama dos altos preços dos equipamentos importados, mas ninguém quer sair do seu comodismo e pesquisar para criarmos equipamentos nacionais. É até um tiro no escuro, porque brasileiro não dá valor o que tem.

O problema é cultural e tão grave que você dedica seu tempo em pesquisa, cria um blog e compartilha as informações. Daí aparece uma pessoa que descobre o site por algum mecanismo de busca. Essa(s) pessoa(s) por preguiça de ler, ou simplesmente porque é analfabeto funcional, vê um post qualquer como por exemplo “Evoluir sempre, regredir jamais!” e posta um o seguinte comentário “gostaria de saber o end.da sede que promove o curso de radio amador”. Isso reflete outro problema cultural do brasileiro. As pessoas querem ser servidas, mas não se importam em obter as informações necessárias para isso. Simplesmente arrotam o seu problema e esperam que alguém resolva. Note que nesta pergunta não é citado a localidade da pessoa, então como ajudar? Vou mais a fundo e posso afirmar que a pessoa sequer leu o site, pois se o tivesse feito teria encontrado o post “Como se tornar um radioamador” onde contam várias instruções para se tornar radioamador. A conclusão que tenho e acho que qualquer um que exercite o raciocínio lógico é que a pessoa viu o assunto radioamadorismo e resolveu perguntar em qualquer lugar, demonstrando que ela só está interessada em satisfazer talvez uma curiosidade e que não levou em consideração o trabalho que já foi feito para responder a dúvida dela, antes mesmo que ela perguntasse.

Moral da história: Brasileiro não gosta de ler! Se radioamadorismo fosse como novela, todos saberiam aferir uma antena, mas infelizmente(ou felizmente, ainda não tenho certeza) não é assim.

Aí levanto uma pergunta para que você reflita: “Que tipo de radioamador se tornará esta pessoa!”

Quem quiser pode extravasar sua insatisfação, mas afirmo que mesmo que esta pessoa receba a concessão da Anatel para ativar uma estação e passe portanto, legalmente a ser reconhecida como radioamador, moralmente e éticamente não passará de um apertador de PTT. Será uma pessoa que não usará senso crítico e análise criteriosa, se influenciará facilmente por muitos “antigos do rádio enciumados”.

Citei apenas um exemplo dos tantos que poderia citar.

Lembram da característica investigadora que mencionei no inicio deste post? Isso vai além de simplesmente jogar umas palavras-chave no Google… vai muito além disso!

Peço perdão aos que se sentiram ofendidos pelo teor de minhas palavras, mas o objetivo aqui não é ofender, recriminar, inferiorizar ou diminuir quem quer que seja. Como dito no início do post, o objetivo é fazer um alerta geral para toda a comunidade de que precisamos evoluir nossos conceitos, pensamentos e atitudes e assim sair da condição de meros espectadores para realmente tornarmo-nos quem sabe um dia, referência em várias modalidades de radioamadorismo, um hobby científico que ajuda a salvar vidas!

Desde já fica autorizada a reprodução total deste texto em quaisquer meios de comunicação, desde que o crédito de autoria seja preservado e citado. É proibida a reprodução parcial do presente texto, sejam palavras, frases ou parágrafos utilizados como conteúdo, salvo quando utilizado para referenciar por meio da criação de links para esta página (Vide Lei de Propriedade Intelectual em mdic.gov.br, jfrj.jus.br, planalto.gov.br)

Como se não bastasse tudo isso, os verdadeiros radioamadores ainda tem que passar por um estresse desnecessário, promovido por àqueles que estão à margem do conhecimento científico, cultural e social que este hobby proporciona ao seu praticante e à comunidade que o cerca. Exemplo disso pode ser visto neste meu relato de quando a polícia militar quis me prender/tomar meu HT na porta da minha casa em Manaus. Percebam que as próprias autoridades desconhecem o papel do radioamador na sociedade.

Motivado por esta ocorrência e por tantas outras parecidas que me foram reportadas, criei um abaixo-assinado online para notificar às autoridades da nossa existência. Você já assinou?

E por falar em abaixo-assinado, quero também divulgar este outro abaixo assinado pró Sebastião – PU2LYZ que conheço muito bem. É um radioamador sempre disposto a ajudar, não é preguiçoso, está sempre buscando aprender mais e utiliza este conhecimento para ajudar os colegas de hobby. Isto por sí só já bastaria para afirmar que Sebastião ou Tião como o chamamos é um verdadeiro radioamador, mas o Tião tem a admiração dos amigos pelo fato de o mesmo possuir uma deficiência visual que não o limitou, mas o motivou, enquanto que há outros de perfeita saúde física que sofrem de uma doença chamada acomodação.

Pois bem, o Tião era mantenedor da Sala Bauru no Echolink e após fazer uma parceria com outra conferência, os parceiros compartilharam as senhas de administração e Tião foi traído pelo administrador da outra conferência que alterou a senha da Sala Bauru sem o seu consentimento e, após longas contendas ainda provocou o banimento do Tião do sistema Echolink, acusando-o de atos de invasão de computadores, etc…

Então, o que peço é que se você conhece o Tião, se você já foi ajudado pelo Tião, reconheça isso e assine este abaixo assinado online que será enviado ao Echolink, afim de comprovarmos de que o Tião – PU2LYZ é inocente e não merece ser banido e como tal o Echolink deve retratar-se uma vez que não existem provas que comprovem sua culpa e se existem são falsas.

É triste ver que Tião ajudou tantas pessoas e até este momento em que redijo este post, apenas 16 pessoas assinaram o abaixo-assinado

Então?! Vamos ajudar este verdadeiro radioamador?!

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Airam – PU8ASR / PX8C1730 / PP8004SWL
Conferência Manaus – Radioamadorismo Tecnologia e Experimentação Científica
pu8asr@amazon.qsl.br

comentários
  1. Evandro Mariano dos Santos disse:

    Morro de saudades do meu px acho que era 1k7945 não me lembro , tempo bom muito bom, ainda tenho vontade de modular lembro com saudades imensa meu 149 cara branca ia alto e descia baixo , meu ptt tinha um defeito no eco e só de apertar já sabiam que era Eu saudades eternas de meu mentor in memory Orlando da cancela Preta P. Miguel RJ (Peninha) quando ouço falar em radio amador o sangue borbulha, vontade dar uns balaios

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  2. Boa-noite!
    Desde 1963 no rádio, acredito que vivi e convivi com várias fases (evolutivas e involutivas) técnicas, operacionais, socialização, companheirismo, compromisso com a prestação de serviços…
    Etc… Cada uma com seu fascínio e sacrifícios. Mas, sobretudo bafejado pela experiência de viver e aprender a ser útil e me engrandecer com as lições que recebi com colegas e amigos de toda parte: Brasil e exterior. Já foi ressaltado aqui com o mundo mudou: social, econômica, científica e tecnicamente; os apelos são muitos e variados; sedutores pela evolução e variedade de escolhas oferecidas principalmente ao lazer e à comunicação entre pessoas, grupos, “tribos” etc…
    Acredito, no entanto, que o radioamadorismo existirá sempre, pelos elevados valores sempre presente que oferece aos verdadeiros radioamadores. Fraternalmente, J. C. de Oliveira Ramos (Joca) – PY2-CWG.

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  3. johnblima disse:

    Parabéns ao colega Airam pelo Post !
    É de fundamental importância para o radioamadorismo que façamos criticas com conteúdo, pois as críticas com conteúdo nos leva ao crescimento.

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    • Obrigado por sua participação John.
      As pessoas não aceitam muito bem as críticas e levam muitos acabam levando para o lado pessoal.
      Sinto-me feliz pelo seu comentário, que demonstra que consegui atingir meu objetivo com o post, sem gerar mais polêmica e discussões vãs. Antes, todavia, despertar a consciência dos nobres colegas de hobby para buscar a excelência no que fazemos, afinal somos radioamadores, porque assim é definido o serviço, porquê é um hobby e porque amamos essa “brincadeira” e não porque nós falta conhecimento e capacitação.
      73 e TKS.

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